Descubra o novo site

kassialuana.com

Clique aqui!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Que tipo de ex é você?


Tive alguns relacionamentos mais longos. Alguns ex viraram meus amigos e outros  preferi que saíssem definitivamente da minha vida. Não sou o tipo que sai falando, fazendo comentários. Acabou, acabou. Ponto final. Nunca procurei saber com quem eles se relacionavam ou como era o novo relacionamento. Nada disso.

Muita gente vinha tentar me contar, quando terminei o casamento, sobre a nova esposa do ex marido. E eu nunca quis saber. De coração, não me interessava. Desejo que seja feliz e ponto. Não me diz respeito. A nova mulher da vida dele não tem absolutamente nada à ver com o passado dele e ponto final.

Dos que fiquei amiga, quando percebia que alguma atual não gostava da aproximação, eu recuava. Colocava-me no lugar da outra pessoa, tentava entender como ela poderia se sentir e ponto final. Vida que segue.

Mas notei que nem todo mundo age assim. Recentemente, por exemplo, a ex namorada de uma pessoa próxima a mim descobriu que ele está namorando. À título de informação, a relação foi curta, eles não tem filhos, ela tem mais de 50 anos (o que a tornaria mais madura, em teoria) e a relação terminou há algum tempo.

Então, as ligações e mensagens começaram: “eu quero conversar com você”; “sua namorada tem que me aturar porque eu cheguei primeiro na sua vida”; “você tem que me atender quando eu quiser. Ela é só uma namoradinha e eu fui casada com você”... Como se fosse uma competição. Quando o rapaz cortou o contato, começaram as provocações e mensagens na redes sociais, as ofensas a pessoa que ela nunca viu pessoalmente, a tentativa de reaproximação dos amigos dele... Uma tentativa desesperada de destruir algo do qual ela não faz parte.

Conheço muitos casos assim. E ficam ainda piores quando envolvem crianças. Pais e mães que, ao verem o ex com outra pessoa, começam a jogar a criança contra o outro e contra a nova pessoa na vida do ex parceiro; dificultam as visitas; criam brigas desnecessárias.

Mas, o que causa isso?

Muita gente tem grande dificuldade de seguir em frente e mascara isso: farra, bebidas e outras drogas, viagens, troca exagerada de parceiros... Uma busca frenética por fugir e não pensar no que sente, não lidar com tantas mudanças. Nunca funciona por muito tempo.

Mas, quando percebe que o outro seguiu, precisa confrontar a triste realidade de que não superou o passado e que é hora de enfrentá-lo. Muita gente desaba de tristeza, outras pessoas se tornam agressivas e frias; algumas procuram culpados do lado de fora, como aquelas que citei acima.
A forma como você reage não diz nada sobre o outro, mas, diz muito sobre você. Pare de buscar fora a solução para seus problemas. A causa e a cura estão dentro de você e somente ali. Não existem outros culpados.

Se tem alguma coisa para resolver, se ficou algo em aberto com seu ex parceiro, resolva diretamente com ele. Foram vocês dois os responsáveis e únicos participantes da relação e ninguém além de vocês deve ser envolvidos nisso. Pare de expor as pessoas, de descarregar sua raiva e frustração em alguém que nada tem à ver com você.  

Se quer se “vingar” de quem te machucou, se cure e seja genuinamente feliz. Não crie karma para você machucando outras pessoas. Deixe que o Universo e a Lei do Retorno se encarreguem de tudo.  A felicidade é uma escolha!

Muito obrigada!
Namastê
Kássia Luana


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Sobre amigos, dinheiro e negócios



Quando comecei a trabalhar tinha 17/18 anos. Não tinha muita experiência com nada! Era imatura na vida pessoal e também na área profissional. Apesar de externamente parecer forte e até petulante, como uma adolescente geralmente é, por dentro eu não passava de uma menina inexperiente, carente e altamente manipulável.
Por inexperiência, misturava muito amizade com trabalho. Só para citar algumas bobagens que fiz, não cobrava por serviços ou cobrava preços ridículos, fazia mais do que me pediam, emprestava dinheiro, nome, cartões, cheques... E, não preciso nem dizer que nunca deu certo.
Agora, pouco mais de 15 anos depois, aprendi muitas coisas. Da maneira mais dura, é claro: quebrando a cara. Para algumas pessoas, este é o único modo de aprender. Para outras, e é justamente para estas que estou escrevendo, ver o erro dos outros ajuda a não cometer os mesmos.
Tive que fazer mudanças drásticas e, neste percurso, perdi muitos “amigos”. Principalmente quando amadureci e aprendi a me impor e dizer não. “Nossa, como você mudou”; “Mas antes podia”; “Faça pela nossa amizade”. Amigos respeitam você e seus limites. E esta foi uma das coisas que aprendi.
Abaixo, mais algumas coisas que aprendi sobre amigos, dinheiro e negócios:
·        Antes de negociar com alguém do seu convívio pessoal, deixe claro que negócios são negócios. Advirta que é muito importante separar e esclarecer muito bem qualquer dúvida que surja, para que a relação profissional não interfira na relação pessoal.
·        Se a pessoa não respeita ou aprecia o seu trabalho, nem comece! Se o argumento para te “convencer” a fazer o serviço é “vou fazer com você porque você é minha amiga” já se prepare para ouvir lamentação sobre preço, receber ligações fora de hora e ouvir comentários desnecessários.
·        Nunca faça de graça para quem pode pagar. A cobrança vai ser a mesma e o estresse pior do que um cliente tradicional. Valorize seu trabalho ou ninguém fará isso por você!
·        Acordos são feitos antes do início dos trabalhos. Não no meio, não no meio, não depois. Antes! Preço, horários, prazos... Tudo deve ser acordado antes do trabalho iniciado.
·        O horário de trabalho deve ser delimitado. Mensagens as duas da manhã, por exemplo são inadmissíveis. Determine um horário de trabalho e respeite-o.
·        Faça contrato sempre. Amigo de infância, parente, familiar, vizinho... Não há exceção. Faça contrato sempre! É seguro para as duas partes. Explique que é um procedimento padrão e que você não vai abrir exceção.
·        Consulte sempre um advogado de confiança antes de tomar qualquer decisão de cunho profissional. O advogado deve ser da sua confiança e não da outra parte. Ouça-o!
·        Não assine nada sem ler. Nunca! Leve para casa, revise com calma, no seu tempo, tire dúvidas que surgirem e, somente quando se sentir seguro, assine.
·        Não venda fiado. Nunca, em hipótese alguma. Adquira uma máquina de cartão, receba um cheque da pessoa, qualquer coisa. Mas não venda fiado!
·        Não financie nada em seu nome pra ninguém e nem empreste cartão de crédito. Não assuma um risco desse nível por uma pessoa que, visivelmente, não tem o nome para fazer isso. Algum motivo tem, correto?
·        Não empreste dinheiro nunca! Dê, doe, mas não empreste. Você vai perder as duas coisas: o dinheiro e o amigo e, para completar, vai virar o vilão terrível da história.
·        Salve toda e qualquer conversa e documentação em um local específico. Hora ou outra, pode ser útil. (E, pela minha experiência, vai ser!)
·        Não faça permuta, à não ser que seja estritamente útil e indispensável para você. Não faça pelo outro, mas por você! E deixe claro que será dessa vez e não se repetirá. Cumpra sua palavra!
·        Maneire nos descontos. Não vá além do que você pode, nunca. Primeiramente porque se você desvaloriza seu serviço/produtos, está dizendo ao outro que estes não valem tanto. Em seguida, porque vira um terrível hábito e, quando você tentar corrigir, será tarde demais e não vai conseguir. E, finalmente, porque pela minha experiência pessoal, as pessoas para as quais você mais sede são as que mais lhe darão estresse num futuro próximo.
·        Aprenda a dizer não. Não posso, não aceito, não quero, não vou. As pessoas te respeitarão muito mais!  


Desejo que você descarte as informações que não forem úteis e utilize, apenas, as que servirem para você. Acredito no seu sucesso e potencial!
Em seguida, digo que, se passou por algumas situações como as citadas acima, pode reverter o jogo e não repetir os mesmos erros: há sempre tempo!
Não se julgue tanto!

Sucesso!
Muito obrigada pela leitura!
Kássia Luana

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Diga-me com quem andas e eu te direi quem é




“Diga-me com quem andas e eu te direi quem é”

“Quem anda com porcos, farelos come”

“Passarinho quem acompanha pato, morre afogado”

Desde sempre os antigos tentam nos alertar sobre a importância de selecionarmos bem as pessoas com as quais nos relacionamos.

A ciência já comprovou: somos a média das 5 pessoas que mais convivemos intimamente.

Com quem você tem andado?

Você os admira?

Quem são as pessoas que você mais escuta?

Que tipo de programa vocês fazem juntos?

Como está a vida delas? E a sua?

É fácil comprovar.

Recentemente, observei um grupo que conheço. São amigos há anos. Durante os encontros, um deles estava sempre falando do que não estava presente. Pouco tempo depois, percebi que todos os outras tinham o mesmo hábito, de falar, contar detalhes sobre a vida de quem não estivesse em tom de “segredo”.

Em outro grupo, por mais dinheiro que tivesse, uma estava sempre falando de dificuldade, de dívida. Faziam acordos financeiros entre si e não cumpriam. Pouco tempo depois, até quem não tinha esse hábito estava fazendo o mesmo com outras pessoas. Inclusive de fora do grupo.

Outro grupo tinha um componente que não gostava muito de beber. Mas sempre que se reunia com o grupo, bebia para acompanhar, para se entrosar. Agora, bebe até sem eles.

Esses são somente alguns exemplos. Mas, dá pra perceber o padrão.

Somos seres de hábitos. Aquilo que repetimos muitas vezes, se torna hábito e, em pouco tempo, começa a fazer parte da nossa personalidade.

Quem são as pessoas que te inspiram a adquirir bons hábitos?

Tenho poucos amigos. Mas foram muito bem selecionados. São pessoas que eu realmente admiro, em todos os aspectos. Gente de coração imenso, sorriso largo. Gente que tem sempre um bom conselho, capaz de deixar tudo o que faz pra te dar uma mão. Gente que cuida bem da própria família, que faz caridade, que respeita os outros. Gente com a qual você pode conversar sobre qualquer coisas, sem julgamentos.

Escolhi estas pessoas porque é como eles que eu quero ser!

E você, como quer ser?

Pense nisso!
Namastê
Muito obrigada


Kássia Luana



domingo, 3 de novembro de 2019

O dia em que fui de trança para o trabalho


Fui para o trabalho com tranças iguais às que eu usava quando criança. Vi a Rhianna usando e fiquei louca de vontade de usar também. Então minha tia fez. Isso trouxe à tona um mar de lembranças.
Quando eu era criança, estudava em um colégio de classe média alta na minha cidade. Era uma das poucas negras por lá. Minha mãe, policial, filha de um carpinteiro e uma ex diarista, não aprendeu muito sobre como se defender do racismo. Em consequência, eu também não.
Não entendia porque os meninos riam tanto de mim, das minhas tranças, da minha aparência. “Inimigas” eu tinha muitas. Era o motivo de piada da turma quase sempre. Então, me juntava com as “minorias”.
Sempre gostei de me expressar através do cabelo. Mudo sempre, até hoje. Na época do colégio, gostava das tranças que minha tia fazia. Ou enchia meu cabelo com amarras coloridas ou tererês. Na maioria das vezes, era motivo de piada. Muitas vezes, muito duras.
Então, chegou o ensino médio. Um dia, um professor de inglês chamou meu outro colega negro que estava na minha sala de “neguinho”. Fiquei indignada, queria tomar providencias, chamar a direção. Mas ele não. Preferiu deixar pra lá. Eu me calei também.
Fiquei com aquilo na mente. Me questionei o tempo todo se o problema era esse, se o problema era a cor da minha pele, os meus traços, o meu cabelo crespo. Não sei quantas vezes olhei minha aparência no espelho e chorei, copiosamente, questionando o tamanho dos meus olhos, o formato do meu rosto, minha bunda avantajada, boca grande e meu cabelo... A adolescência foi infernal.
Eu não era em nada parecida com as modelos e atrizes da TV. A não ser algumas que faziam vez ou outra papel de escravas. A única que eu via era a Glória Maria. Linda, elegante. Ela também usava o cabelo como expressão e estava sempre impecável. Uma em centenas.  
Sair do colégio foi um alívio. Fui pra o mundo adulto e, não com a mesma intensidade, mas continuava me expressando através do meu cabelo. Advinha a profissão que escolhi: Jornalista. Queria fazer justiça por tudo. Era uma sede incontrolável de Justiça. Que, aos poucos, foi sendo calada pela injustiça. Mudei de área.
O racismo continuou. Uma vez, na saída de uma festa, um rapaz tentou me abordar e, como não conseguiu atenção, gritava aos quatro ventos: “Não sei porque deixaram esse povo sair da cozinha”; Uma cliente duvidou que eu era dona do meu próprio restaurante; Outra duvidou que eu era jornalista; Ou quando reviraram minha bolsa em um aeroporto na Europa e duvidaram que os jornais que eu portava na mala eram meus; Ou quando atendo um cliente e ele se surpreende com a minha educação e modos. Esses são os casos mais amenos.
Mas a menina cresceu, se tornou uma mulher, e viu mudanças enormes acontecerem no mundo. Hoje vejo as professoras ensinando sobre a denominação ridícula do lápis “cor da pele”, dançarinas negras nos programas dominicais, Thais Araújo, Lazaro Ramos, Iza, Beyoncé, Rhianna, Maju e tantos outros nomes demonstrando seus talentos e sendo respeitados. Debates tratando do tema na TV, vídeos na internet.

Hoje, estamos sendo representadas. As meninas negras da próxima geração vão passar por menos problemas que eu, que minha mãe, que minha avó, que minha comadre. Graças a Deus!
Recentemente vi uma criança repetir um comentário racista. Ao invés de ser alertada pelos pais, mandaram-na se calar e riram muito. O que demonstra que ainda falta muito para mudar. Mas as mudanças são visíveis e vão continuar.
Quando à mim, continuo mudando o cabelo como expressão. Pinto, corto, aliso, enrolo, tranço... Depende do meu humor, período, fase... Nunca da opinião das outras pessoas. Isso eu aprendi, à duras penas, e vou continuar repassando.

Representatividade importa, sim!

Kássia Luana