Descubra o novo site

kassialuana.com

Clique aqui!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

O preço alto do divórcio para a mulher


Esta semana, Whinderson Nunes e Luiza Sonza se separaram. Fizeram um texto muito maduro, por sinal, a fim de evitar especulações (Já que são muito conhecidos e, obviamente, os fãs têm curiosidade sobre a vida de ambos). Em meio a muitas mensagens de apoio de famosos e anônimos no instagram dele, uma enxurrada de mensagens e xingamentos no instagram dela. “Interesseira”, “falsa”, e outras denominações de pessoas que não convivem com o casal, mas tem uma opinião formada sobre o papel de cada um dentro desta: ele, a pobre vítima de uma menina que tinha 17 anos quando o conheceu; ela, a algoz. E, por mais incrível que pareça, os comentários mais agressivos, insultantes que li, foram de mulheres.

Só quem já passou por um divórcio sabe o quanto as pessoas podem ser cruéis. Seja você anônimo ou famoso. A culpa sempre recai sobre mulher. As pessoas dizem que a sociedade está mudando, deixando de ser machista. Mas as responsabilidades do sucesso ou fracasso das relações continuam sendo jogadas para cima das mulheres. 

Quem nunca ouviu as seguintes afirmações, por exemplo: “Ele traiu porque ela não dava atenção”; “ela só casou com ele porque o coitado tem dinheiro”; “ela não cuidava bem da casa”; “ela trabalhava demais”; “ela cuidava mais da carreira que do casamento”… eles são sempre considerados vítimas. Como se o fracasso ou sucesso de uma relação dependesse apenas de uma parte. 

Lembro perfeitamente o quanto fui julgada após o divórcio. Principalmente por quem não sabia nada sobre as coisas que passei antes, durante e após o casamento. Fui humilhada de todas as formas e nunca ouvi de nenhuma dessas pessoas a pergunta: como você está e sentindo?

A separação nunca é fácil. Acredite: ninguém casa pensando em separar. Principalmente como os jovens citados acima. Eles realmente acreditam que seus sentimentos, parceria e tudo mais que estão compartilhando podem durar para sempre. Mas, nem sempre isso acontece. Principalmente quando se tem 20 anos e está se conhecendo, se descobrindo… e está tudo bem.

A quem possa interessar, nenhum divórcio é fácil. Lidamos com nossas inseguranças, incertezas, medos, preocupações, frustrações, tristezas… E, acredite, o julgamento da família e amigos muito próximos. Imagine, então, num momento triste como esse, ser esculachada por desconhecidos e ter seu nome esfregado na lama? 

A quem possa interessar, a Luiza tem só 21 anos. É filha de agricultores, começou sua carreira em 2014 e conheceu o humorista e ex marido 2 anos depois. O dois cresceram profissional e pessoalmente juntos. Grande parte do trabalho da Luiza é escrito por ela mesma. Já ganhou mais de 7 prêmios e saiu na Capa da Forbes Brasil entre os poucos milionários brasileiros com menos de 30 que fizeram seu próprio patrimônio. E os juizes da internet, o que construíram? 

Acredito, profundamente, que algumas pessoas tem a vida tão triste, desinteressante que preferem se esconder no papel de juiz da vida alheia para disfarçar isso para si mesmo. Então, ‘juiz da internet,’ antes de sentar em sua cama bagunçada, com o celular na mão e um martelo de juiz na outra, lembre-se de analisar um pouquinho sua a própria vida. Garanto que tem mais aí pra resolver do que na vida da pessoa que você está julgando duramente. 

Muito obrigada!

Namastê

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Sobre BBB, pandemia, juízes e paradgmas...




Sou o  tipo que ama filmes, mas não tem paciência com séries. Eis a minha questão  com programas reality show. Por mais que ocorram situações interessantes, não conseguem me prender interessada por 3 meses. Mas, ainda que pelas redes sociais, tenho observado a reação das pessoas com relação à duas participantes e comecei a analisar isso na vida "real", fora das telas. 

Por exemplo, uma das participantes entrou e logo se meteu em um dilema. Descobriu uma situação machista, denunciou e, se de um lado alguns participantes acreditaram nela e confiaram na sua palavra, de outro, alguns ignoraram e a questionaram. Enquanto isso, o público tomou o partido. Transformou a participante em uma deusa, perfeita, sempre coberta de razão. Em horas, ela ganhou milhões de seguidores e suas frases viraram lema. 

E então, ela continuou agindo normalmente e, claro, mostrou ao mundo que tem dezenas de defeitos como todos dentro e fora da casa tem. Falou besteira, fez fofoca, ficou cega de paixão como muitos de nós ja ficamos, escolheu amizades que não  eram interessantes para o papel que tinha inicialmente, se afastou de pessoas que o público admirava... E então, o mesmo público que a endeusou tornou-a inimiga número um do Brasil. Não, ela não cometeu crimes ou  fez nada de diferente do que qualquer um de nós faz (ainda que não assuma). Por  isso, ela foi de Santa à vilã. 

Vivemos buscando Santos, salvadores. É por isso que  existem as religiões e seitas. Não acreditamos ser capazes de fazer isso por nós mesmos. Paradigmas. Então, quando alguém tem coragem apenas de dizer a verdade, de se expor, corre o grande risco de virar Deus ou diabo para os espectadores. 

Fazemos isso na vida real o tempo todo. Gente que acabou bons relacionamentos porque escutaram o primeiro "Não"; gente que não fala com a mãe porque descobriu que antes de ser mãe ela era uma mulher e  aproveitou bastante a vida; gente que odeia os pais porque eles se separaram acabando com o ideal de vida perfeita que essa pessoa tinha na cabeça... julgar as imperfeições do outro é uma forma de brigar com as nossas. Não aceitamos que o outro tenha os mesmos defeitos que temos porque, ao aceitar, teremos que lidar com eles. As pessoas não nos decepcionam. Nós criamos expectativa e quando não são atingidas, chamamos de decepção. 

O contrário também acontece. Daí vou citar a segunda participante que falei lá no começo. Errada ou certa, desde o começo do programa ela manteve a mesma postura. Fora da casa, faz missões até mesmo fora do país ajudando as pessoas. Dentro da casa, age do mesmo jeito: cuida dos mais próximos, defende o que acredita (certo ou errado, isso não vem ao caso no momento). Quando a admiração do público por ela cresceu, uma outra parte do público começou a se incomodar com isso. "Perfeita demais"; "boazinha demais"...

Apareceu uma ex amiga (Não acredito que este termo exista mas ela se identificou assim) falando que agora ela era boazinha, mas no passado fez isso ou aquilo. Outro grupo tentou descredibilizar as missões que ela faz para ajudar as pessoas, questionando as intenções. Outros começaram a usar trechos de falas dela fora do contexto para tentar "sujar" a imagem. Tudo por uma simples razão: se assumir que sim, existem pessoas acima da média, que vivem o que falam, não teremos mais desculpas para nos mantermos no mesmo lugar. Teremos de mudar e fazer muito mais do que fazemos. 

Quer outro exemplo? 

A pandemia tem obrigado as pessoas a enfrentarem seus próprios monstros internos. Inveja, raiva, medo, preconceito... Tudo tem vindo à tona neste momento. Olhe nas redes sociais dos artistas. Quem  doa um milhão é cobrado por quem não doou um real a doar 2 milhões. Quem pede para as pessoas ficarem em casa é criticado: "só pede isso porque vive em um casarão. Quero ver ficar na minha casa". Quem precisa sair é rotulado de egoísta por quem fica. E o número de pessoas pregando morte aos chineses e aos idosos? 

Trabalho também com redes sociais e tenho lido neste período comentários assustadoramente violentos. Tudo porque os outros e todo exterior nos mostra exatamente como é o nosso interior, como somos cheios de defeitos. Então, para muitos, é preferível criticar e acusar a admitir o óbvio. 

A pandemia só está trazendo para fora tudo o que já tem dentro de Você. A sua preguiça de crescer, sua inveja dos bens das outras  pessoas, seu preconceito com outras etnias, sua raiva da vida que não construiu como queria... 

Pare de buscar mártir, deuses, salvadores, culpados... A sua vida é o que você faz dela! O único culpado ou responsável por estar onde está é você! Não dê ao outro a responsabilidade pelo seu destino. 

Muito obrigada 

Namaste