Bem, como sempre digo em meus artigos,
posso falar sobre mim. E sim, eu tive a chamada “crise dos 30”. Mas começou um pouco
antes: às vésperas do meu aniversário de 27, três anos atrás. Lembrei de um
caderninho que eu tinha aos 15 anos, com todas as coisas que iria fazer nos
próximos anos. Exemplo: aos 21 me formar, aos 22 conseguir o emprego dos
sonhos, 24 conhecer o cara ideal e aos 30 já estar casada, com uma casa e
planejando o primeiro filho. Já tinha até as opções de nomes. Sinto muito
meninas, mas não funciona assim.
Muitas coisas podem interferir no percurso.
E só com o tempo, aprendemos que, durante esse percurso, temos muito que
aprender. Não dá para colocar a vida numa caderneta fechadinha, sem margem para
mudanças. Principalmente na adolescência. Nesta fase em que estamos cheias de sonhos,
esperanças e rebeldia. Em nossa cabeça, temos o mundo em nossas mãos. E, de
certa forma, na fase adulta podemos ter. Mas não de forma planejada.
Delicado explicar. O mundo te oferece
tudo. Você precisa estar preparado para receber. E isso diz respeito a
equilíbrio emocional e mental. Para conseguir o que deseja, você precisa estar
preparada. E quando você está preparada, as coisas acontecem naturalmente, sem
precisar de caderninho, força ou planos.
Lembre-se da sua infância. Você teve a
fase em que admirava seus pais e queria ser como eles, depois conheceu sua
professora e queria ser professora como ela, depois astronauta, médica... Até
descobrir para o que tem afinidade e “se jogar” nisso. Passei pela fase da
professora, médica, advogada, até chegar à adolescência e decidir ser
publicitária. Depois jornalista, para tentar fazer justiça por uma injustiça
que a minha família sofreu. Entrei nisso de cabeça, achando que nasci para
aquilo.
Trabalhei para diversos e importante
jornais da região, assessorei políticos e empresas importantes, tive meu próprio
jornal. A grana era sempre boa. Entrava e saía com a mesma velocidade. E ainda
assim me sentia vazia e incompleta. E com a tal da crise dos 30 a coisa se
enfatizou de uma forma que quase me enlouqueceu. O que estou fazendo? Para onde
estou indo?
Depois do meu ultimo artigo, recebi
mensagens de várias mães perguntando como lidar com o filho adolescente que
vive em dúvida sobre o que e quando fazer. E repetirei o que disse a cada uma
delas: cuide de você, se equilibre, se fortaleça e, em seguida, as pessoas ao
seu redor te verão felizes, completas e plenas e, assim, seguirão seu exemplo.
Usei essa frase com minha terapeuta esta semana. Disse a ela: decidi escrever
porque as pessoas aprendem melhor com exemplos que com ordens. Por isso conto
minha história.
Observem quando uma pessoa habituada a
jogar lixo na rua viaja para uma cidade onde tudo está limpo, onde os moradores
jogam o lixo no lugar certo. Como a pessoa se sente? Automaticamente inclinada a
fazer o mesmo, a fazer o que é certo. Quando seu filho te vir como uma pessoa tranquila,
feliz no que faz, equilibrado, ele vai se sentir menos pressionado e mais
inclinado a fazer o mesmo, a fazer escolhas que o deixem felizes, animados, e
inclinados a fazer a coisa certa para ele, e não para os outros.
Este trabalho de autoconhecimento e
equilíbrio que estou fazendo, me fez entender que nem sempre as coisas podem
ser da maneira que você planejou há 10 ou 20 anos atrás. A felicidade, o amor,
a paz, a realização... Tudo isso começa por um processo interno. E, em seguida,
o universo conspira a seu favor.
Quanto à crise dos 30, fica mais fácil
terminar com ela quando você descobre verdadeiramente quem você é e que está no
caminho certo para a sua felicidade. Independente de quem esteja a seu lado, se
já tem filhos ou não. Não tenha medo: as coisas vão tomar o rumo que precisam
tomar. Você deve isso a você, e não aos outros.
Namastê
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