Em 69 a.C.
nascia a, ainda polêmica, Cleópatra VII Filopátor. Seu nome significa "glória
de seu pai" ou “glória à pátria”. Desde criança. Foi educada e treinada para
assumir o poder: falava mais de 8 idiomas (coisa que nenhum líder, até então, havia
feito), era extremamente simpática, mestre da retórica, articulada,
inteligente, conhecedora de ciência e muito mais.
Cleópatra era
mestre em elaborar grandes planos, como quando se enrolou no tapete e viajou até
conseguir falar com o romano Júlio César, com quem se uniu posteriormente; ou
quando interpretou a deusa Afrodite e fez uma impressionante aparição para o
também romano, Marco Antônio, que viria a ser pai de 3 dos seus 4 filhos. Conseguiu,
dentre outras coisas, firmar o nome do Egito como um país forte na história do
mundo. Inesquecível!
Mas, como ela é
retratada até hoje pelos historiadores? Enfatizam sua beleza e charme, mas
minimizam suas conquistas. Assassina,
manipuladora, malvada e etc. Mas, por que esses adjetivos são mais citados?
Quantas vezes
você passa por uma mulher bonita, dirigindo um grande carro importado e diz: “deve
ser mulher de rico” ou “tem alguma coisa aí por trás”? Quantas vezes você vê
uma mulher bem sucedida na carreira e diz: “deve ter dormido com alguém para
conseguir estar ali”? Quantas vezes você escolhe um homem para te atender no
banco, ser seu médico ou seu advogado porque acha que ele vai resolver melhor? Quantas
vezes você já repetiu a frase “onde tem mulher tem fofoca”?
Quantas vezes,
no seu trabalho, você deixa de dar opiniões por achar que não são tão boas quanto
a dos seus colegas homens? Quantas vezes você deixou de fazer algo porque,
talvez, não fosse “coisa de mulher”? Quantas pessoas você conhece foram vistas
como promiscuas porque têm uma vida amorosa livre?
A prática de minimizar
os feitos de uma mulher é tão antigo quanto a humanidade. Está aí a Cleópatra
como prova disso. Tudo o que fez foi deturpado por historiadores, homens, que
não aceitavam creditar a uma mulher toda as conquistas feitas por ela. E isso
está tão enraizado que nós, mulheres, até hoje nos pegamos repetidamente julgando
a nós mesmas e às outras, diminuindo nossas conquistas e nos considerando
incapazes.
A seleção
brasileira de futebol feminino tem mais prêmios que o masculino. Mas, quantas
vezes você já assistiu? A sua colega cuida sozinha dos filhos e consegue,
também, ser bem sucedida no trabalho. Quantas vezes você já a elogiou? A sua
vizinha teve uma excelente educação financeira e consegue viajar e ter uma vida
mais confortável, mesmo não ganhando o que merece. Quantas vezes você já pensou
nisso ou quis aprender com ela?
Isso se chama
inveja! Enquanto você não entender que tem tanto potencial quanto as pessoas
que julga, vai continuar criticando e desmerecendo seus feitos.Acredite,
querida: assim como a Cleópatra e a sua colega de trabalho, você é capaz de chegar
onde quiser.
Vivemos na era
digital onde temos conteúdo gratuito disponível na rede, para quem estiver
interessado. Quer crescer, vá estudar. Quer mudar de aparência, mude a
alimentação. Quer viajar, junte dinheiro. Não sabe como se organizar
financeiramente, peça ajuda a quem sabe. Mas
não seja como as pessoas que tentaram e ainda tentam diminuir os grandes feitos
das outras por não se esforçarem para fazer o mesmo.
Namastê
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