Autocrítica é a
capacidade do indivíduo realizar uma avaliação profunda de seus atos,
qualidades e defeitos. Tê-la, pode ser uma característica muito boa, no sentido
de nos ajudar a ser cada vez melhores para nós e para os outros. Mas também
pode ser o próprio inferno.
Temos o hábito
de ser mais maleáveis com os outros, empáticos. Procuramos sempre compreender o
lado da outra pessoa, justificar seus atos... Mas, quando se trata de nós
mesmos, julgamos nossas ações, qualidades e defeitos com uma medida muito
injusta.
Até poucos anos
atrás, eu tinha uma autocrítica tão feroz que muitas vezes não conseguia sair
do lugar. Tudo tinha que sair perfeito: trabalho, relacionamento, amizades... Cada
atitude minha era avaliada com um rigor tão grande, que, por exemplo, se eu
cometia um erro, mínimo que fosse, me martirizava à ponto de adoecer. Mas,
quando alguém errava comigo, tentava compreender, perdoar, relevar, esquecer.
E quando
acertava em algo, era até elogiada pelos outros, tentava minimizar, encontrar
erro ou falhar, dizer sempre que poderia ser melhor. Escrevi livros inteiros e
joguei fora por não achar que eram bons o suficiente; terminei relacionamentos
porque não eram “ideais”; tinha brigas homéricas no trabalho e com a família...
Já se viu
fazendo isso? Com certeza, sim!
Quando comecei a
me conhecer, percebi que muito disso vinha da sensação de não merecimento e
culpa. E, a seguir, vou te contar passo à passo deste processo.
Raiz
Muitos de nós
fomos educados por adultos, sejam eles familiares ou professores, que não
mostravam seu lado vulnerável. Eles nos passam a sensação de que não falham,
não choram, não sofrem. E esses eram nossos espelhos.
Quando tirávamos
uma nota baixa na escola ou cometíamos algum erro, recebíamos deles repreensões
e críticas severas. Ouvíamos frases como “você me decepcionou”, “você me deixa
muito triste” ...
Mas, quando fazíamos
algo de bom, era apenas “nossa obrigação” e nunca estava bom o suficiente: o 8
podia ser 9, lavar os pratos podia ser faxina na casa, ajudar um amigo podia
ser fazer a tarefa completa... Tudo isso vindo dos nossos “ídolos perfeitos”
que estavam apenas replicando a forma como foram educados.
E foi com essas
medidas que muitos de nós passamos a vida inteira nos julgando. A insuportável
sensação de não merecer as coisas que conquistamos, de não ser suficiente, de
que sempre poderia ter feito melhor, de se punir reiteradas vezes por qualquer
erro. Uma angústia e tristeza constante.
Solução
A primeira coisa
que você precisa saber é que todos nós estamos encarnados aqui para evoluir,
melhorar e adicionar informações ao Todo, Deus, o Universo. Absolutamente ninguém
que encarnou aqui é perfeito. Todos vieram para aprender e aperfeiçoar algo,
caso contrário, estaríamos em outro “plano”.
Em seguida,
compreenda que somos todos um, partes do mesmo Todo, criados pelo mesmo Deus.
E, como parte dele que é puro Amor, já surgimos aqui merecedores de tudo o que
é bom: felicidade, paz, sucesso, prosperidade, mais amor... Independentemente
de quem você seja, a base é a mesma e o merecimento também.
E já que somos
parte deste Todo, quando nos maltratamos com críticas, pensamentos negativos,
sensação de não merecimento, raiva, rancor... estamos, automaticamente adicionando
à nossa frequência mais e mais desses sentimentos que, enquanto não forem
limpos, continuarão este ciclo.
Se você é
rigoroso consigo mesmo, é rigoroso também com o Todo. E isso me parece bem
injusto, concorda? Não estou dizendo para você fazer o que quiser, sem pensar
nas consequências. Mas estou pedindo para que você entenda que tudo acontece
por uma razão e para um bem maior. E, no momento em que você julga, deixa de
ser um observador, e, consequentemente, perde a oportunidade de aprender com
aquilo e cumprir o seu papel.
Tomar consciência
de todas estas coisas me ajudou a ser genuinamente feliz. Hoje, comecei a
compreender minha missão por aqui, observo minhas atitudes com mais clareza, me
trato com mais carinho e respeito, atraio para minha vida relações e
oportunidades maravilhosas como consequência.
Há anos não sei
o que é uma briga e não vejo, sinceramente, motivo para brigar com quem quer
que seja. Compreendi que para ser verdadeiramente empático e poder perdoar honestamente
as pessoas, precisava perdoar e respeitar a mim mesma. Ver o outro, também como
um aprendiz. Incluindo nossos pais.
O mandamento é
claro: “Ame ao próximo como a ti mesmo”. Então, eu só posso amar o outro se me
amar muito também. E me amando atraio amor. Sendo feliz, atraio mais
felicidade. Respeitando, atraio respeito. Perdoando, sou perdoado. E assim sucessivamente.
Pare de se
julgar com a medida dos outros. Não seja injusto com você que merece todo amor,
paz, prosperidade e tudo de mais maravilhoso que existe. Não sinta culpa por
errar. Aprenda o que tiver de aprender, se perdoe e siga em frente.
Lembre-se que quanto
mais coisas positivas, boas, você tiver dentro, mais disso vai atrair. E é isso
que você merece!
Namastê
Muito obrigada!
Kássia Luana
Nenhum comentário:
Postar um comentário