Todo inverno é a
mesma coisa: as temperaturas caem rapidamente; a turma troca os barzinhos e
baladas por filme, pipoca, vinho e chocolate quente; fica mais reclusa em casa.
Principalmente quem mora ou está sozinho, sente mais a pressão: chuva, frio,
dia dos namorados...As pessoas começam a passar mais tempo com elas mesmas. Tem
que lidar com seus pensamentos, carências, medos. E esta falta de hábito causa
um mal que aflige a centenas de pessoas todos os anos: recaídas!
Os sintomas da
primeira fase começam com um incomodo por ficar mais tempo em casa, pensamentos
dos quais você fugiu por muito tempo teimam em querer roubar sua atenção. Abre
a janela e vê a chuva que te tira a vontade de ligar pra uma amiga e ir a um
restaurante. Pede comida pra entregar ou prepara algo bem rápido. Essa
repetição, por dias à fio, começa a ficar insuportável.
A segunda fase é
a dos pensamentos que começam com o “Poxa, seria legal ter uma boa companhia
aqui”. Passa pelo “porque mesmo eu terminei com fulano de tal?”. E termina com o
temido: “não custa nada ligar pra fulano. Ele nem era tão ruim assim”. E aí o
mal se instala e sempre termina da mesma forma: algum tempo depois, muito
arrependimento. Pode demorar uma noite, um mês ou muito mais. Mas a conseqüência
sempre vem.
Para começar, amiga,
se precisa ficar frio e se sentir muito sozinha pra sentir saudade de alguém, é
porque você não está com saudade desta pessoa de fato. Você está, apenas, com
muita dificuldade de lidar com sua própria companhia. E a outra pessoa está
sendo usada para resolver isso. Ou seja, você não gosta nem dela, nem de você.
Segunda
observação: o que tem de errado com a sua própria presença? É tão incomoda que
você prefere abafar os sons dos seus pensamentos trazendo de volta uma pessoa
que já havia sido expulsa da sua vida? Como você pode desejar a companhia de
uma pessoa, querer dividir a vida com outra pessoa, se você não suporta a sua própria
presença? Não confunda nunca estar sozinha com solidão.
Moro no
interior, e muitas pessoas ainda estranham o fato de eu sair pra tomar uma taça
de vinho e comer algo sozinha, ou ir a um distrito vizinho ouvir música ou
experimentar um prato novo, ir à praia, a palestras, conhecer um bar de Jazz e,
muitas vezes no passado, sair pra dançar.
Saio também com
amigos. Mas posso dizer com muito orgulho: amo estar em minha própria companhia.
Batalhei muito para crescer e batalho, diariamente, para melhorar ainda mais.
Seja espiritual, mental ou fisicamente. Quantas vezes, no passado, decepcionei-me
com relacionamentos, seja de amizade ou namoro, por esperar das pessoas coisas elas
não poderiam me dar. Ou seja, eu mesmo
decepcionei a mim!
Repito: Se não
gosto da minha companhia, quem vai gostar? Se não consegui curar minhas feridas
internas, quem vai conseguir curar? Se não enfrento os meus próprios pensamentos,
quem vai enfrentar? Se não consigo rir das minhas próprias piadas ou bobagens,
quem irá rir? Se não respeito a mim mesma, quem vai respeitar?
Sim, pode me
chamar da maluca da terapia e da meditação. Eu sou mesmo! (risos) Recomendo
sempre porque é cientificamente comprovado que funciona. O autoconhecimento é a
saída para resolver qualquer dos problemas que você tenha na sua vida.
Acredite! E, tanto a terapia quanto a meditação, são portais para o
autoconhecimento.
Meditar é se
colocar em silêncio e entrar em sintonia com o Universo. Quando começamos, é difícil
ficar alguns segundos que seja sem pensar em nada. Mas depois, se torna um
prazer tremendo. Você começa a controlar o que passa pela sua mente, sabe a
causa e a conseqüência, percebe o quando coisas sem sentido, que fazem parte do
passado, ainda voltam e tentam te roubar o presente e o futuro. Percebe o quanto você estava sendo controlado
por coisas que não pertencem a você. Então você limpa, pega o controle e muda
sua vida!
A terapia é
outra forma de resolver estas questões. Se encontrar, se aceitar e seguir em
frente. É um fato! Você começa a perceber que certos fantasmas nunca existiram
e isso é libertador. Seja pela meditação ou terapia, você vai descobrir que a
resposta está sempre dentro de você e nunca mais vai se deixar controlar por
falsos sentimentos de medo, solidão, ansiedade, insegurança...
Quando você se
conhecer de verdade, vai começar a amar sua própria presença. Vai entender que
estar com o outro é mais prazeroso se for opcional e não obrigatório. Cada vez
os fatores externos vão te influenciar menos. Frio ou calor, multidão ou “casa
vazia”, nada disso vai interferir no seu estado constante de graça, de
felicidade, de prazer. Vai descobrir que estar com o outro é bom, mas a sua
eterna companhia é você mesmo, então precisa se tornar uma excelente companhia!
Leia aqueles
livros que você comprou, guardou e esqueceu que estavam lá. Se aventure e faça
aquela receita que você encontrou na internet. Ligue a TV em um Canal que você
nunca parou para assistir. Vá ao cinema assistir um filme diferente dos que
você costuma ver. Vá conhecer o bar de Jazz que está em um bairro vizinho e que
nunca foi porque sua amiga não curte muito este tipo de musica. Experimente ir
aquele novo restaurante da cidade, quem tem um cardápio incrível. Ponha uma
roupa bacana e vá dançar.
Você tem um
leque de opções do que pode fazer na melhor companhia do mundo: você mesmo! Se
ainda não é essa boa companhia. Se torne! E, quanto bater aquela vontade de
ligar pra o ex: amiga, se ele fosse bom seria atual. Então, acorda! Daqui a
pouco o frio passa e você quer mesmo que o embuste esteja aí? Desapega!
Namastê
Muito obrigada!
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